BAMBURROU
Na última sexta-feira (29), através de um decreto mal escrito, o governador Marcos Rocha liberou geral a garimpagem nos rios de Rondônia. Pelo decreto não fica claro se a exploração da atividade aurífera no estado exigirá do garimpeiro estudos sérios sobre impactos ambientais, embora conste entre as exigências para a autorização do funcionamento das dragas alguns cuidados na área, numa redação dúbia e despreocupada com o meio ambiente, visto que o objetivo era mesmo regularizar uma atividade que em Rondônia tem histórico predatório.
MAZELAS
No final da década de oitenta e início de noventa, Porto Velho virou uma grande fofoca (termo usado pelos garimpeiros para designar multidão no garimpo) de garimpeiros. Época em que muita gente ganhou dinheiro com o metal vil com dragas gigantescas que pareciam pequenas pousadas. A indústria da construção de dragas crescia a todo vapor, na mesma proporção que cresciam os números da violência, prostituição, tráfico de droga, entre outras mazelas que a atividade atrai.
ASSOREAMENTO
Poucos ganhavam dinheiro e para o estado e municípios os tributos oriundos da exploração aurífera quase nada. É uma atividade que opta por sobrevir informalmente e marginalmente. Foram anos que a quantidade de dragas no Madeira era tão grande que provocou impactos na navegação devido ao assoreamento, além dos impactos nefastos em razão dos elementos químicos jogados no Madeira pela garimpagem.
CRITÉRIOS
É possível compatibilizar a atividade aurífera com a preservação ambiental, mas é necessário que o estado estabeleça regras objetivas e claras de impactos ambientais. Indispensável também que sanções sejam instituídas e postas em prática para que a depredação seja coibida de forma exemplar. O que pelo decreto em vigor não resta claro. O desenvolvimento sustentável exige antes de tudo a consciência do explorador da atividade de que a preservação ambiental é importante inclusive para que sua atividade seja longeva, consciência esta que em regra o garimpeiro dá de ombros.