“Eu fui visitar a aldeia e estava acompanhado do então coronel Eduardo Villas Bôas, depois comandante do Exército, e do saudoso general Claudimar”, explicou Rebelo. “Quando chegamos na aldeia, havia uma moça de uma ONG que barrou a entrada do coronel e do general. Ela disse que somente eu poderia entrar no local, pois, na época, eu era deputado. Para não criar confusão na visita, repeitamos a decisão. Quando entrei na aldeia, o que me chocou foi o estado de subnutrição dos índios, a presença de fuligem, a ausência de água encanada, de luz elétrica e a presença de doenças infecciosas.”
Quando o ex-ministro interpelou a representante da ONG sobre o motivo de eles não trazerem água e luz do pelotão para os yanomami, ela respondeu que isso “atrapalhava a cultura” dos indígenas. “O que realmente atrapalha as populações indígenas é justamente o abandono em que elas se encontram”, afirmou Rebelo. “A ausência de infraestrutura, de água, de luz, de saúde e de educação. É de desenvolvimento que as populações indígenas precisam.”
General descreve situação dos yanomami
Em artigo publicado na Edição 147 da Revista Oeste, Villas Bôas, um dos principais especialistas em Amazônia, descreve em detalhes o caos vivido pelos yanomami. Leia um trecho:
PF abre inquérito
Nesta semana, a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar suspeitas de crimes de genocídio, omissão de socorro e danos ambientais, além de outros crimes conexos, em terras indígenas yanomami. Quem ficará com o caso — que está em sigilo — é a Superintendência Regional da PF em Roraima.
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Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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