Numa fazenda na zona rural de Cachoeiras de Macacu, no Estado do Rio, começa esta semana a primeira etapa de testes para um novo tratamento contra a Covid-19. Trata-se de um soro, produzido a partir do plasma com anticorpos de cavalos e semelhante aos usados com sucesso contra a raiva e o tétano. A estratégia não é nova, mas a esperança de tratar dentro de alguns meses com eficiência pacientes com Covid-19 é renovada.
Se todos os testes derem certo, o chamado soro hiperimune poderá chegar a pacientes e profissionais de saúde expostos ao coronavírus em cerca de três ou quatro meses, estima o coordenador do projeto, Jerson Lima Silva, professor titular do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e presidente da Faperj.
“Impossível dizer em quanto tempo teremos o soro porque começamos agora, mas há motivos para o otimismo”, diz Lima Silva. As vantagens do método são a rapidez nos testes e na produção, a possibilidade de produzir em grande escala anticorpos padronizados e o baixo custo. Anticorpos monoclonais (sintetizados e específicos contra uma determinada proteína) em testes na China e nos Estados Unidos, por exemplo, têm preço proibitivo. Tratamentos contra o câncer feitos com eles custam milhares de dólares.
Fonte: Agência Brasil