Por Valdemir Caldas

Brincando com a vida alheia

Já disse alguém que os homens públicos mostram seu valor e sua capacidade para o exercício de funções de direção, quando mais graves se apresentam as condições em que operam

 

Já disse alguém que os homens públicos mostram seu valor e sua capacidade para o exercício de funções de direção, quando mais graves se apresentam as condições em que operam. Não sem motivo a expressão popular segundo a qual “com dinheiro até um burro governa”. O problema é quando os recursos são escassos.

Poucos são aqueles que compreendem as dificuldades e veem luz onde muitos só enxergam trevas, mostrando caminhos e tomando decisões coerentes com os interesses da maioria. Essa é uma das características de um administrador competente, mas que não parece servir de inspiração para muitos que nos governam.

O Brasil vive uma das piores crises sanitárias de sua história. Milhões de brasileiros já perderam suas vidas para um vírus maldito e outros tantos lutam em suas casas e nos leitos de hospitais para sobreviver. Enquanto isso, dirigentes públicos irresponsáveis, mergulhados no egocentrismo delirante, alimentados por setores da mídia, mal-acostumados a engordarem suas receitas com verbas públicas, em vez de unir forças para derrotar o inimigo, se atiram em discussões estéreis que em nada contribuem para resolver o problema, evidenciando que não estão nem ai para o sofrimento da população.

Pode-se discordar de decisões de um dirigente público, mas negar-lhe méritos, quando eles estão à mostra não é só desonesto, mas antissocial. E estamos bem diante de um exemplo desses, em que o interesse coletivo, que deveria ser objeto de inspiração e fio condutor para os que nos comandam, simplesmente cedeu lugar ao egoísmo e a brincadeiras de mau gosto.


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