Em setembro de 2020, a população de Rondônia era surpreendida com imagens vergonhosas. Elas mostravam o deputado estadual Eurípedes Lebrão (MDB) enfiando uma quantia obscena de dinheiro em um saco de lixo. Os valores, de acordo com a Polícia Federal, eram propina paga pelo empresário Fausto de Oliveira Moura, que mantinha contratos de coleta de lixo em vários municípios do Estado, e foram reveladas através da Operação Reciclagem.
O desembargador Roosevelt Queiroz, que determinou as buscas e prisões, destacou em sua decisão:
“As imagens são revoltantes e certamente causam e causarão abalo na sociedade ordeira e que trabalha duramente para pagar tributos e manter seu sustento. É traumático saber que chefes de Poder desçam tão baixo em período tão crítico da vida nacional e, diante de tão grave repercussão, a ordem pública é sim turbada e deve ser restabelecida – sem dizer que há nítida pretensão para que não cessem os pagamentos e novas exigências”.
Desde setembro do ano passado, caminhamos ai para um ano, que a Assembleia Legislativa de Rondônia faz tramitar, na velocidade de uma lesma manca, uma punição adequada ao deputado traquino, e pior, o desfecho pode ser a absolvição do parlamentar.
Os deputados estaduais de Rondônia lembram muito o caso daquele marido (esposa) traído (a) conformado (a). Ele vê o vídeo, ouve os áudios, mas insiste que naquela possibilidade mínima, que o (a) amante está pelado em cima da cama, mas não se trata de chifre, e sim de um ‘engano’ ou ‘intriga’ dos(as) inimigos (as).
Lamentável que mesmo com todos o conturbado histórico que a Assembleia carrega, os deputados ainda não tenham aprendido a lição.