Conversa Fiada

Governo Marcos Rocha culpa o trânsito pelo desastre na saúde pública

Enquanto isso, as operações policiais contra escândalos na saúde se sucedem. A última foi no dia 6 de abril deste ano

 

Por meio do seu Departamento de Comunicação, o Governo do Estado divulgou que a culpa pelo que chamou “estrangulamento” do Pronto Socorro João Paulo II “é do número de pacientes vítimas de acidente de trânsito”, repetindo a mesma desculpa dos governos das últimas duas décadas.

Um dos governos que mais culpou o trânsito por superlotação no João Paulo II foi justamente o do médico Confúcio Moura (MDB), que se elegeu em 2010 prometendo a construção de um Hospital de Urgência e Emergência para substituir o atual pronto-socorro, herança do Governo Jerônimo Santana. A obra até que saiu do papel, mas acabou abandonada depois que o Ministério Público, a polícia e o Tribunal de Contas bateram em cima, apontando superfaturamento e outras ilegalidades.

O governador Marcos Rocha também alardeou, durante a campanha de 2018, que construiria o tal hospital, mas teve problemas com os órgãos de controle. Resultado: há praticamente três anos e meio no cargo, continua com a surrada desculpa de que o problema no João Paulo não é a falta de investimentos em saúde, mas o trânsito.

Para se ter um comparativo do desprezo dos governadores pela saúde pública, basta citar que o Estado tem um complexo de modernos prédios, o CPA, para abrigar seus milhares de funcionários; a Justiça construiu seu suntuoso prédio e a Assembleia Legislativa de Rondônia a superou com luxo, acrescentando a seu feito um enorme desperdício de espaço. Dispensa comentários o pesado investimento do Ministério Público e do Tribunal de Contas de Rondônia com instalações modernas para seus membros.

Enquanto isso, o João Paulo continua no mesmo lugar, e se deteriorando mais a cada dia.

O fato é que os acidentes continuarão a acontecer e, certamente, aumentar.

Falta saber qual a resposta do governador Marcos Rocha para a saúde, já que, mesmo diante de sua desastrosa atuação no setor nos últimos três anos, busca a reeleição.

Enquanto isso, as operações policiais contra escândalos na saúde se sucedem. A última foi no dia 6 de abril deste ano. A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE/RO), deflagrou a Operação Incompatibilidade, visando o combate a associação criminosa dedicada à prática de crimes de fraude a licitações, falsidade ideológica, peculato e corrupção ativa no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde.

As investigações tiveram início após denúncia apresentada na Superintendência da Polícia Federal em Porto Velho/RO noticiando irregularidades na realização de exames de alta complexidade (histocompatibilidade e imunogenética) por um laboratório sediado nessa capital, com a posterior solicitação de pagamento de valores superiores aos efetivamente devidos em razão da realização de exames em número inferior ao registrado, com possível e necessária participação de servidor público.

TudoRondônia


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