Por Rosinaldo Pires

O País da arapongagem que rima com gramagem está indo em direção ao abismo da ignorância e morte

O Brasil está sem rumo, desnorteado em meio à tempestade de dúvidas, com ventos que são capazes de destruir em segundos, edifícios, casas e arrazoar cidades inteiras. O transatlântico está com seu capitão enfermo com uma doença chamada “ORGULHO”, e altamente contagiosa.

 

Armar à População

Em um dos trechos do fatídico vídeo da reunião do dia 22 de abril, Bolsonaro afirma que é necessário armar à população, tendo em vista ser muito fácil instalar uma ditadura no Brasil. Segundo especialistas consultados por este opinador, à afirmação é grave e digna de apuração.

Jair Bolsonaro: O que esses filha de uma égua quer, ô Weintraub, é a nossa liberdade. Olha, eu tô, como é fácil impor uma ditadura no Brasil. Como é fácil. O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme! Que é a garantia que não vai ter um filho da puta aparecer pra impor uma ditadura aqui! Que é fácil impor uma ditadura! Facílimo! 

 

Sem Noção do Perigo

O Presidente da República não deve utilizar palavras toscas e de baixo calão, o cargo exige lisura e cuidado, expressões vulgares, não cabem ao honroso cargo de mandatário geral de um povo. De certa forma, deve-se dá exemplo que a posição reflete, tanto internamente, como externamente. O tom utilizado por Bolsonaro é extremamente chulo, a ponto de contaminar seus ministros que no mesmo nível expressam suas opiniões.

 

Presidente da Caixa Econômica Federal

Pedro Guimarães é presidente da Caixa e demonstrou um linguajar pobre e ameaçador, a ponto de afirmar que pegaria suas 15 armas para executar policiais se tentassem prender seus filhos, referir-se a Luiz Lima, que nadou com seu pai que foi preso por desobediência ao Decreto de quarentena. Ainda de quebra acusou a TV Bandeirantes de extorsão. Datena que é um dos apresentadores do Programa Brasil Urgente ao vivo refutou, “vai ter que provar”.

Que porra é essa? O cara vai pro camburão com a filha. Se fosse eu, ia pegar minhas quinze armas e .. . ia dar uma … eu ia se … eu ia morrer. Porque se a minha filha fosse pro camburão, eu ia matar ou morrer. Que isso? Tava nadando na … na … é uma atleta olímpica. Você tira a pessoa, a pessoa tá nadando com catorze anos. Eu tenho uma filha Maria de catorze anos. Se a minha filha fosse pro camburão ou eu matava ou morria. Que isso?

 

Bolsonaristas

Em todo o Brasil Bolsonaristas comemoram o vídeo divulgado pelo Ministro Celso de Mello que na opinião de seguidores do presidente garantiu à sua releição, só que não. No campo jurídico Bolsonaro todos os dias efetua uma pazada em sua cova. Logo após a divulgação do vídeo deu entrevista, e confessou novamente sua interferência no Rio de Janeiro e afirma que recebeu informação de que iriam plantar provas contra seus filhos e que na época pediu para que Moro agisse contra aquelas ações (Não cabe ao Ministro da Justiça intervir em ações estaduais). Sem falar na degeneração política que Jair vem sofrendo em detrimento a exoneração de Sergio Moro que deixou 22 anos de magistratura para ser seu Ministro da Justiça.

 

Ministro da Educação

‘Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF, diz ministro da Educação em reunião. Celso de Mello não gostou da expressão utilizada por Abraham Weintraub, e convocou os demais ministros a ser manifestarem sobre o assunto.

 

Até tu Brutus

‘Tem que vender essa porra logo’, diz Paulo Guedes sobre o Banco do Brasil em reunião ministerial. O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Ruben, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar ‘bota o juro baixo’, ele: ‘Não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.’ Aí, se falar assim ‘bota o juro alto’, ele: ‘Não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, declarou.

 

Vazamento de Operações

O empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro, prestou o segundo depoimento no Rio. Desta vez, na Procuradoria da República, que investiga o vazamento antecipado de informações sobre a realização da operação Furna da Onça. Segundo o jornalista Reinaldo Azevedo, à época das Operações contra políticos do Rio de Janeiro envolvidos em Rachadinha estava na coordenação das operações o Delegado Alexandre Ramage, que coordenou diretamente a Operação da PF denominada Cadeia Velha, que posteriormente deu início a Operação Furna da Onça, também indiretamente sob à sua coordenação.

 

Pandemia no Brasil e no Mundo

Os casos não param de subir, e a curva não achata. Estamos em um cabo de guerra, onde de um lado está Bolsonaro que não apoia o isolamento social, do outro lado a ciência que indica o isolamento social como única forma para evitar a proliferação em massa do vírus. A América do Sul já está em 2.º lugar nos índices de contaminação do novo coronavírus. Ações por parte da oposição estão sendo preparadas para acusar o presidente da república nos Tribunais do Brasil, e nas cortes internacionais. O crime segundo opositores trata-se de “GENOCÍDIO” por apologia ao NÃO ISOLAMENTO SOCIAL, único meio para evitar mortes em larga escala.

 

Arapongagem rima com gramagem

Segundo o presidente Jair Bolsonaro sua agência de inteligencia particular funciona muito mais do que às oficiais: ABIN, GSI e PF, que não o informam, pelo contrário, o desinforma. A legislação brasileira não permite o uso de serviço de informação particular por agente público, isto é considerado, crime, pois o presidente da república deve ser exemplo na obediência das leis, e utilizar sistemas de informação clandestino não é um bom exemplo. O presidente não tem noção do que é ser o mandatário maior de um povo, fala o que pensa, sem se preocupar com os efeitos de sua fala. Verdadeiramente o Brasil está sem rumo, sem perspectiva de avanço. Sua retórica extremista não tem convencido, e sua falta de agenda no combate ao novo coronavírus causa perplexidade  entre agentes de saúde e da população em geral. Aos do grupo de risco, resta apenas um caminho, se depender do presidente, a morte.

 

Resumo

Um presidente comportando-se como um psicopata, com atitudes antidemocráticas, seguido por ministros com retóricas extremistas, e que não têm à estrutura necessária para os cargos que ocupam. Numa reunião gravada, em que todos sabiam que suas falas seriam registradas, não tiveram a decência de aprimorar suas opiniões com ordem e zelo. Bolsonaro gravou sua confissão, o vídeo é claro, interferiu sim na PF, a prova disto é que dois dias depois desta reunião suas afirmações foram confirmadas, trocando o diretor-geral da Polícia Federal, e também o superintendente do Rio de Janeiro. E, sabiamente Sergio Moro antes de ser demitido, pediu para sair. Poucos dias depois também devido a uma nota que lamentava a perca de um policial por morte em virtude da Covid-19, o Delegado-Geral da Polícia Rodoviária Federal foi exonerado. E acreditem, Bolsonaro após a divulgação do vídeo deu entrevista para alguns jornalistas e confirmou novamente sua interferência no Rio de Janeiro, dizendo que recebeu informação de que iriam armar contra seus filhos, e que iriam plantar provas para destruir Carlos Bolsonaro e Flávio Bolsonaro.


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