Meio Ambiente

Pesquisadores encontram quase 3 toneladas de lixo em igarapé de Porto Velho

Plástico foi o resíduo mais achado na água. Também foram vistos carrinhos de bebês, sacolas, garrafas, pneus, bitucas de cigarros...

Quase três toneladas de lixo foram encontradas em uma área de 300 metros quadrados do Igarapé Bate Estaca, segundo pesquisa feita por biólogos recém-formados em Porto Velho. O plástico foi o resíduo mais achado na água.

O igarapé Bate Estaca faz parte da bacia do Rio Madeira. Ele passa pelos bairros Cohab, Castanheira, Caladinho e Aeroclube, na Zona Sul da capital e é comum ser usado para atividades recreativas como banho e pesca.

Esse contato direto da população com a água do igarapé é visto com preocupação pelos pesquisadores devido a quantidade de resíduos descartados no local, que podem prejudicar a saúde e qualidade de vida da população.

Como foi feita a pesquisa

 

Criança pescando no igarapé Bate Estaca em Porto Velho — Foto: Cláuber Muniz/Arquivo pessoal

Criança pescando no igarapé Bate Estaca em Porto Velho — Foto: Cláuber Muniz/Arquivo pessoal

O trabalho foi feito pelos, na época, acadêmicos de biologia Cláuber Muniz, com ajuda de Alexandre Henrique e supervisão da professora e bióloga Marcela Alvares Oliveira, mestre em ecologia e manejo de recursos naturais. Eles observaram trechos do igarapé nos bairros Caladinho e Aeroclube durante o período de seca.

“A gente se baseou em estimativas e contagem de volume. Observamos o tipo de resíduo encontrado no igarapé, e todo esse lixo que a gente via era anotado para depois fazer a estimativa do peso relativo. Baseado na estimativa de cada resíduo a gente fez a soma total do lixo”, explicou Cláuber Muniz.

 

A conclusão da pesquisa mostra que foram registrados 598 itens e 2.615.786,7436 quilos em 300m². Sendo 377 unidades somente na categoria “plástico”. Entre os resíduos anotados pelos pesquisadores, chamam atenção: dois carrinhos de bebês, 195 sacolas, 105 garrafas pets, 44 peças de roupas, 10 pneus, cinco grades de geladeiras e 12 pedaços de barras de ferro, fora as bitucas de cigarros e até penicos.

Perigos à saúde

 

A partir da análise da composição do Bate Estaca os pesquisadores se preocuparam com os impactos na saúde das famílias que vivem ao redor do igarapé. A quantidade de lixo pode atrair insetos, animais e vetores de doenças, como dengue e leptospirose.

“Sempre gostei de trabalhar com preservação e esse trabalho foi gratificante, mas me deixou muito triste pelo fato de encontrar um igarapé tão conhecido dessa forma. A gente viu crianças brincando dentro da água e pessoas pescando, ou seja, não tem como negar que há o contato direto”, comentou Cláuber Muniz.

 

As soluções apontadas para a situação são: fiscalização do poder público, limpeza e melhoria de drenagem aliadas a consciência da população em não descartar lixo nas margens do igarapé.

Fonte: G1 RO