Saneamento

Porto Velho é a segunda pior cidade em saneamento básico do Brasil

Porto Velho tem uma canal de água pluviais e esgoto no centro da cidade, bem ao lado de uma das maiores avenidas que é a Jorge Teixeira.

 

Um levantamento do Instituto Trata Brasil que avalia a qualidade dos investimentos públicos no país em água e esgoto, revela fragilidades administrativa da gestão do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), e a falta de resolução de problemas sociais por parte do governador, Marcos Rocha, como também de gestores anteriores.

O Instituto coloca a capital de Rondônia com pior avaliação em infraestrutura de saneamento básico, aparece em segundo lugar. Porto Velho só perde para Macapá no Amapá.

Porto Velho tem uma canal de água pluviais e esgoto no centro da cidade, bem ao lado de uma das maiores avenidas que é a Jorge Teixeira. Um cartão postal negativo.

Outra situação é no maior Shopping da cidade, construído ao lado de uma rede de esgoto. Os frequentadores costumam reclamar insistentemente do cheiro ruim. Na periferia o caos é grande: restos de animais mortos, lixos e outros dejetos poluem rios e mananciais.

Segundo o estudo, mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada em todo o país. Além disso, 100 milhões não têm coleta de esgoto. Ao mesmo tempo, apenas 50% do esgoto é tratado no Brasil — o que significa que mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.

Estes são apenas alguns dos destaques do atual cenário do saneamento básico no Brasil, segundo um estudo do Instituto Trata Brasil divulgado nesta terça-feira (22) para celebrar o Dia Mundial da Água. O documento considera os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes ao ano de 2020.

Para entender melhor a situação do país, o estudo analisa os indicadores de saneamento das 100 maiores cidades do país, que concentram cerca de 40% da população brasileira.

A cobertura de água tratada aumentou de 93,5% para 94,4% entre 2019 e 2020.
A população com acesso à coleta de esgoto também cresceu de 74,5% para 75,7%.
Já o esgoto tratado passou de 62,2% para 64,1%.
Na contramão dos outros indicadores, a perda de água na distribuição aumentou de 35,7% para 36,3%. Neste caso, o aumento significa piora, já que mais água está sendo desperdiçada.
A presidente-executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, destaca que a melhora da maioria dos indicadores é positiva, mas o ritmo é abaixo do esperado. “A tendência de melhora é baixa. Vemos um ganho de 0,9, 1,2 e 1,9 ponto percentual nos indicadores, o que ainda é muito pouco para a realidade que temos no país”, diz.

Essa situação é ainda mais grave quando são comparadas as 20 melhores com as 20 piores do país, segundo Pretto. “Existe uma discrepância muito grande. A população atendida com coleta de esgoto nas melhores é de 95,5%, enquanto, nas piores, é de 31,8%”, diz.

Segundo ela, umas das principais correlações que o estudo estabelece é que, quanto mais investimentos são feitos no setor do saneamento, melhores são os serviços e os indicadores. Isso pode parecer óbvio, mas, na prática, significa que as cidades com indicadores péssimo e com grande necessidade de investimento gastam muito menos do que as cidades com bons indicadores e com serviços melhores.

“O investimento por habitante, ou seja, quantos reais foram investidos por habitante do município, mostra esta diferença. Entre as melhores cidades, o investimento é de R$ 135,24 por pessoa. Já entre as piores, é de R$ 48,90”, diz Pretto.


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