Por Sérgio Pires

Roubalheira na pandemia. Estados e municípios já desviaram bilhões de reais dos cofres públicos

As suspeitas de grandes roubos são imensas. Já há mais de 400 processos em andamento. E tem gente presa

 

Ele avisou! Roberto Jefferson, aquele do Mensalão, que implodiu o lado podre do petismo, anunciou que teríamos o Covidão, o novo escândalo nacional. E acertou em cheio! O Covidão explode e tende a se tornar a maior de todas as falcatruas de poderosos contra o povo indefeso, com o desvio de recursos, que poderiam salvar milhares de vidas. As suspeitas de grandes roubos são imensas. Já há mais de 400 processos em andamento. E tem gente presa. Tudo está sendo investigado. Vejamos alguns exemplos: o governo do Rio de Janeiro já chegou a 1 bilhão de reais em gastos sem licitação. Desse total, 836 milhões foram destinados a uma empresa proibida de participar de licitações. O aluguel de tendas custou, por unidade, a 4 milhões e 500 mil reais por mês, além de assessoria e consultoria. Só para “jardinagem” (em hospitais de campanha?), os gastos foram de 600 mil reais. O aluguel dos hospitais, no Rio, custou mais caro do que o Distrito Federal gastou para construir quatro hospitais de emergência. Já tem gente presa no Rio. O escândalo bate às portas do governador Wilson Witzel. Já na Bahia, foram pagos 160 mil por cada respirador comprado. O Ceará pagou 117 mil. O Pará pagou 126 mil pelo mesmo produto, mas nenhum funcionou. Já o governo do Roraima pagou 215 mil. Quatro vezes mais do que pagou o governo de Romeu Zuma, em Minas Gerais.

Terminou? Nada disso! A cidade de Niterói alugou, por 58 milhões de reais mensais, um hospital que estava a venda por 45 milhões de reais. A gastança exagerada, que certamente vai causar muitas dores de cabeça aos gestores que as autorizaram, chegaram também ao Amazonas. Lá, foram comprados, no auge da epidemia, que causou dezenas de mortes, nada menos do que ventiladores por 117 mil reais cada, quando o preço médio no mercado nacional, pela mesma mercadoria, é de 39 mil reais. O fornecedor dos equipamentos ao Estado (pasmem!) foi uma loja de vinhos. A Prefeitura de Rondonópolis, no Mato Grosso, não só pagou caro por respiradores, como também foi enganada pelo fornecedor. A compra de 4 milhões de reais foi para aparelhos, que, na verdade, eram monitores cardíacos. No interior da Paraíba, em Arueiras, uma empresa recebeu quase 600 mil reais para fazer cartilhas de orientação à população. Seria ótimo, caso a mesma cartilha não estivesse sendo distribuída gratuitamente pelo Ministério da Saúde. E isso tudo é apenas a ponta do iceberg. Todos os bilhões de reais que saíram dos cofres da União; dos Estados e Municípios, vão trazer à tona, daqui para a frente, a maior roubalheira que esse país já assistiu. E Que todos os culpados devolvam o que roubaram e que apodreçam na cadeia! E que os inocentes sejam aplaudidos!

 

ATÉ AGORA, NENHUMA DENÚNCIA EM RONDÔNIA

Há que se fazer Justiça, nesse quesito, até agora, em relação ao governo de Rondônia. Não se tem qualquer informação concreta e sequer suspeita de desvios de recursos, no combate à pandemia. Ao contrário, a transparência com que os gastos estão sendo feitos e expostos diariamente, tem colocado nosso Estado como destaque nacional nesse quesito. Claro que há, aqui e ali, críticas e discordâncias em relação a esse ou aquele investimento. Mas, até o momento, não há nada que se possa falar sobre qualquer ação incorreta do governo Marcos Rocha e do seu secretário de saúde, Fernando Máximo, que, aliás, recupera-se da Covid 19 numa UTI. Embora tenha havido críticas, por exemplo, à compra do Hospital Regina Pacis, sem dúvida o futuro vai comprovar que esse investimento foi o negócio da década para o Estado. Um hospital quase novo, com 12 leitos de UTI e com extensão para mais 12; com 140 leitos, quanto todo concluído, adquirido por apenas 12 milhões de reais de reais (e o vendedor ainda teve que bancar as reformas necessárias!), só com muita má vontade, não se considera um investimento dos melhores, para agora e para o futuro, feito pela saúde pública estadual. Também não houve, até agora, nenhuma compra suspeita ou superfaturada. Os números estão claros, no portal da transparência do Estado. Não se pode afirmar que nada acontecerá de errado, mas se pode dizer, com tranquilidade, que, até agora, há apenas lisura nas ações do Estado, nesse momento de pandemia.

 

QUEIMADAS: LEI TEM QUE SER MAIS DURA

Mais uma vez o governo federal faz uma lei contra queimadas na Amazônia, que pode não trazer os resultados, ao menos num grande percentual, como ocorreu no ano passado. Mesmo com a lei determinando rígido controle nas queimadas na região, os números não passaram de apenas menos 16 por cento nas queimadas. O decreto, novamente, abre as portas para uma série de exceções, principalmente na área rural. Em Porto Velho, por exemplo, as queimadas deixam milhares de pessoas com sérios problemas respiratórios, todos os anos, Principalmente crianças e idosos são os mais afetados. Nesse início do verão amazônico, já se sente o cheiro da fumaça que é trazido do entorno da área urbana da Capital. Isso acontece também em outras regiões do nosso Estado. Dados do Meio Ambiente e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já mostram um crescimento significativo nas queimadas. Há necessidade de que o decreto seja mais duro, com fiscalização intensa e multas pesadas e que reduza as exceções e tenha metas mais ousadas em relação aos números finais do fim do fogaréu, que toma conta de várias áreas.

 

SHOPPING, O SÍMBOLO DA VOLTA SEGURA!

Claro que há uma grande diferença de como as coisas eram e como elas são agora, nesse momento inédito em que vivemos (ou sobrevivemos!), em tempos tão complexos. Mas, mesmo que lentamente, tentamos retornar a algo perto do normal. Desde a quarta-feira, as portas do comércio reabriram na Capital e na maioria das cidades rondonienses. Mesmo com o medo que nos pressiona, é importante ressaltar que a grande maioria das empresas está cumprindo rigorosamente todos os protocolos de segurança. O Porto Velho Shopping, que concentra o maior número de pessoas num mesmo espaço, é um exemplo disso. Com medidas exemplares, com uma estrutura toda dedicada a cuidados de seus clientes, o Shopping retorna como um símbolo do que melhor podemos fazer nesse momento, mesmo com a pandemia nos rondando. As medidas de proteção atingem também, é claro, as praças de alimentação, que reabriram com atendimento extremamente preocupado com a segurança sanitária dos clientes. A partir de agora, a tendência é que os números da Covid estabilizem também na Capital e que comecemos a recuperar, ao menos na economia, tudo o que perdemos. Ficará na lembrança, para sempre, é claro, todas as vidas que se foram.

 

CASSINOS: VOLTAM OU CONTINUAM PROIBIDOS?

Está nas mãos do presidente Bolsonaro, decisão para autorizar ou não a reabertura dos cassinos e bingos no Brasil, em áreas específicas. Aprovado no Congresso, o projeto tem parte da opinião pública e favor parte dela contra. Empresários e investidores consideram altamente positiva a volta dos jogos. Dentro do governo, tanto o ministro da Fazenda, Paulo Guedes quanto o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, defendem a inovação. Guedes por causa do grande volume de impostos que poderiam ser carreados para os cofres públicos e Marcelo Álvaro porque considera que cassinos seriam de grande importância para o turismo nacional. O ministro do Turismo afirmou ainda que “ precisamos desmistificar que os cassinos e bingos seriam locais de evasão de divisas, de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas”. Bolsonaro, contudo, terá que enfrentar a oposição de lideranças religiosas, principalmente de evangélicos, que são completamente contra a volta dos chamados jogos de azar.

 

A DOENÇA AINDA ATACA: SÃO MAIS DEZ MORTES

Há uma esperança, ao menos, de que os números do corona vírus comecem a recuar, em toda a Rondônia, mas principalmente, na Capital. Eles ainda são muito altos em Porto Velho, cidade que tem a maior população em todo o Estado e que, no total, tem quase 5 mil casos a mais do que a soma de todos os demais municípios rondonienses. Até essa quinta feira, tivemos 28.654 contaminados, 737 a mais do que no dia anterior. A quarta-feira havia marcado apenas três óbitos, mas na quinta houve mais dez vidas que se foram (quatro delas em Vilhena) totalizando, agora 687 mortes no Estado. Na Capital, até a quarta, tínhamos 16.031 atingidos pela doença. Agora são 16.501, ou 470 casos a mais. Melhorou, contudo, o total dos recuperados: eram 17.262 e, um dia depois, passou para 17.937. Isso quer dizer que, do total de contaminados, 62,5 por cento conseguiram se livrar do coronavírus e o venceram. O percentual de mortes, em Rondônia, está com uma média perto da metade dos números nacionais: aqui, temos 2,3 por cento de óbitos, do total de contaminados.

 

JEAN E FERNANDO: BOAS NOTÍCIAS

Por falar em boas notícias, entre tantas coisas negativas que andam acontecendo por essas terras de Rondon, há duas que merecem registro. Uma delas se refere ao estado de saúde do deputado estadual Jean Oliveira, internado em hospital de São Paulo, desde a semana passada. Atacado com toda a violência pelo coronavírus e ainda vítima de uma bactéria que afetou seus pulmões, Jean correu sério risco de morte. Foi transportado numa UTI aérea para a capital paulista. Notícia da tarde desta quinta-feira, dada por sua assessoria, informa que, felizmente, o estado de saúde do jovem parlamentar está evoluindo muito positivamente. Ainda na UTI, ele melhorou bastante e é possível que até o final de semana passe a respirar sem ajuda de aparelhos. Deve ser transferido para uma semi UTI e, a continuar positiva essa evolução, irá para um leito comum, até que esteja completamente curado. O caso do secretário Fernando Máximo também tem tido evolução positiva. Ele continua na UTI, ainda respirando com a ajuda de aparelhos, mas seu quadro geral está estável e a equipe médica que o acompanha está otimista com a evolução do seu quadro geral. São duas figuras públicas, ambos jovens, atingidos em cheio pela Covid 19. Continuemos na torcida para que ambos fiquem curados o mais rápido possível.

 

DEPOIS DA GRANADA VIRÁ UMA BAZUCA?

De onde pode ter surgido uma granada, encontrada por crianças em plena rua, na frente de uma casa no bairro Tancredo Neves? Sabe-se que a bandidagem que toma conta de Porto Velho anda armada até os dentes, alguns grupos com armamento pesado e sofisticado, mas granada? Daí já é demais. Sorte tiveram os moradores da rua Carmem Costa, onde o artefato foi encontrado, porque a equipe especializada em explosivos da Polícia Militar foi chamada e atendeu a ocorrência em poucos minutos. Caso explodisse, num momento de maior movimento em uma área residencial, onde existem muitas crianças, a granada poderia causar mortos e feridos. Por segurança, a PM decidiu explodir controladamente o artefato que, felizmente, não causou maiores danos. Hoje foi uma granada. Amanhã encontraremos o que, em ruas de Porto Velho? Bazucas? Tanques de guerra? É importante que as investigações esclareçam o caso da granada, antes que outros artefatos perigosos comecem a surgir em pontos diferentes da Capital, certamente sempre nas mãos dos bandidos.

 

PERGUNTINHA

Você acha que a reabertura dos cassinos e das casas de bingo vai servir para ampliar as ações do crime organizado, como teme parte da sociedade ou como eles existem em vários países, servirão apenas para incentivar o turismo e pagar pesados impostos aos cofres públicos?


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