Um grupo de amigos, moradores do tradicional Bairro do Mucambo costumava se reunir na pracinha que fica atrás do Cemitério dos Inocentes. Entre brincadeiras e estórias estes amigos tiveram a ideia de criar um bloco para os moradores com o intuito de integrar a comunidade e modificar a imagem negativa do bloco perante a sociedade portovelhense.
Foto – Assessoria
No bar da Sandra, afamado ponto de encontro da região central da capital, os amigos Márcio, Mourão, Faquir, Sandro, Monga e Mio discutiam entre um copo de cerveja e outro as possibilidades de seu intento. Sem suporte e experiência, grupo começou a trabalhar a ideia, buscando meios de angariar recursos para as despesas iniciais para a realizar do primeiro desfile.
“Mourão, há época era vice-presidente do galo da Meia Noite e indicou os caminhos para os amigos. No dia 08 de dezembro de 2006 realizava-se o I Festival de Chopp do Até Que a Noite Vire Dia. No dia 19 do mesmo período nascia oficialmente o bloco do tradicional bairro do Mocambo, apadrinhado pelo Galo da Meia Noite, até então o mais antigo de nossa cidade”, relembra a atual presidente do bloco, Fran.
A ideia, segundo nos relata a Fran Jesus, a Dona Chica, sempre foi mudar a imagem negativa que as pessoas tinham do Bairro Mocambo, um reduto da criminalidade e marginalidade nos anos 80 e 90, mas onde também moravam famílias, pessoas ordeiras e amigas.
O primeiro desfile ocorreu em fevereiro de 2007 tendo como atrações a Banda Carijó e o super Trio Elétrico. A animação foi garantida e o êxito total. As pessoas, ainda que desconfiadas compareceram ao evento, muitas convidados e pela amizade ao grupo de amigos e que se depararam com a realidade de uma comunidade totalmente diferente da imagem criada há décadas atrás.
Neste ano, o Bloco Até Que a Noite Vire Dia completará 17 anos de criação e 15 anos de avenida e festa promete ser um grande evento. Ao Qual Dona Chica ressalta “fazer carnaval não é brincadeira, é muito difícil pois envolve muitas despesas e nem sempre as vendas dos abadás cobrem as contas, além do que sempre tem um ‘B.O’. para resolver. Mas ainda assim tudo é alegria pois trabalhamos com amor por aquilo que fazemos e no final, o resultado maior sempre é gratificante”, comemora Dona Chica.