Parte 01

Tudo começou no congresso de missões da Assembleia de Deus

Olho para trás agora e percebo que cada falha, cada queda do sistema, cada momento de frustração fez parte dessa...

Era 2010, um tempo em que a tecnologia ainda dava seus primeiros passos no mundo das transmissões ao vivo. As grandes plataformas de streaming ainda não tinham conquistado o espaço que possuem hoje, e o Facebook, tímido, apenas engatinhava. Foi nesse cenário que um jovem me procurou com um sonho ousado: transmitir ao vivo o congresso de missões, um dos mais importantes da região Norte.

A ideia me pegou de surpresa. Transmissão ao vivo? Como faríamos isso sem as facilidades que hoje parecem tão óbvias? Mas a paixão daquele rapaz era contagiante, e eu não poderia simplesmente ignorar aquele entusiasmo. Juntamos nossa pequena equipe, cheios de vontade e poucos recursos, e decidimos arriscar.

Nossa primeira tentativa foi pelo rádio. Parecia uma solução viável, um jeito de fazer o evento chegar a mais pessoas. Mas não contávamos com um detalhe crucial: a banda de internet que tínhamos à disposição era insuficiente para suportar o volume de acessos. Assim que o congresso começou, nosso sistema não resistiu. As pessoas tentavam ouvir, os acessos se multiplicavam, e a conexão simplesmente não dava conta. Foi um golpe duro. Ver todo aquele esforço se perder no caos da tecnologia foi frustrante.

Mas nem tudo foi um fracasso. Conseguimos transmitir algumas horas aqui, outras ali, e quando funcionava, era perfeito. A qualidade estava lá, a emoção também. Só que, nos horários de pico, o sistema caía, deixando-nos impotentes diante da demanda. Foi uma lástima, sim, mas também foi o nosso começo.

Nos anos seguintes, aprendemos com os erros. Refinamos o áudio, buscamos novas formas de transmissão e, pouco a pouco, evoluímos. Até que um dia, o impossível se tornou realidade: conseguimos transmitir ao vivo com imagens. A emoção de ver aquilo funcionando era indescritível.

Com o tempo, surgiram grandes veículos de comunicação especializados, e foi então que a TV Jornet apareceu. Eles levaram a transmissão a um nível profissional, cobrindo o congresso com a qualidade e a estabilidade que sempre sonhamos.

Olho para trás agora e percebo que cada falha, cada queda do sistema, cada momento de frustração fez parte dessa jornada. O que começou como um sonho impossível se tornou uma realidade grandiosa. E tudo porque um jovem ousou perguntar: “Será que dá pra transmitir esse congresso?”.