valdemir caldas

Por Valdemir Caldas

Sonho cada dia mais distante

Ocorre que entre o sonho e a realidade normalmente há um fosso abissal, um caminho sinuoso, cheio de obstáculos quase intransponíveis

 

governador de Rondônia, Marcos Rocha, ainda não disse se disputará a reeleição. Recente pesquisa eleitoral o coloca no final da fila de possíveis competidores, com mirrados cinco por cento das intenções de voto, atrás, inclusive, do eterno candidato do PT. Lembrando que Rocha entrou na disputa de 2018 como azarão. Foi crescendo nas pesquisas, crescendo, e acabou no segundo turno, desbancando um adversário experiente.

Naquela época, Rocha contou com o apoio de um cabo eleitoral forte, que ostentava extraordinários índices de popularidade. Tanto que chegou à presidência da República sem fazer muito esforço. Jair Bolsonaro não apenas emplacou a candidatura de Rocha, como também foi decisivo na vitória de vários candidatos aos governos estaduais, ao senado e à câmara dos deputados.

Hoje, porém, a realidade é completamente diferente. Quer queira, quer não queira, a popularidade do presidente Jair Bolsonaro vem caindo, significativamente. Atribui-se à perda de credibilidade a maneira como ele se comportou diante da pandemia da covid-19. Some-se a isso o estrago que a CPI da Pandemia vem causando na imagem do governo. Ainda está na memória de muitos rondonienses a promessa de aquisição de um milhão de doses de vacinas contra o coronavírus. A verdade nua e crua é que as vacinas até hoje não chegaram. O fiasco custou caro à imagem do governo Marcos Rocha. O anúncio foi um tiro no pé.

Apesar disso, ainda tem quem acredite que o governador tem cacife eleitoral suficiente para disputar a reeleição em pé de igualdade e, consequentemente, lograr êxito. Fazer o quê? Sonhar é livre. Ocorre que entre o sonho e a realidade normalmente há um fosso abissal, um caminho sinuoso, cheio de obstáculos quase intransponíveis. Ingenuidade, contudo, é achar que o pleito de 2022 será igual ao de 2018. Ledo engano, começando pelos protagonistas, mas parece que muita gente, por ingenuidade ou até mesmo desconhecimento das grandes lições da história, insiste em repetir gestos e atos que nada têm de novos, tampouco contribuem para melhorar os costumes políticos.


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